sexta-feira, 14 de junho de 2013

Menos paixão, mais sintonia

Quantos anos dura uma relação nos dias de hoje? As pessoas e apaixonam e desapaixonam em uma velocidade incrível. Amores eternos não duram mais que uma semana. O povo deve estar inspirado no Soneto da Fidelidade-“Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure”- ou não? Em tempo de redes sociais, onde ficamos a mercê de um aplicativo criado por um nerd, um maníaco por computadores, um “autista” social, leia-se facebook e Mark Zuckerberg. Neste “País das Maravilhas”, criamos personagens perfeitos e queremos pessoas e relacionamentos idem. Mas a vida não é a tela de computador, as pessoas são mais que isso. Temos defeitos e qualidades e o equilibro disto nos faz humanos, as vezes demasiadamente. E nesse mundo de fantasia, onde tudo é perfeito, a superficialidade impera e as coisas desabam. Falta sintonia, não há uma preocupação em conhecer o outro ou se conhecer. É preciso postar fotos, declarações e mostrar a sua mais nova paixão. Vivemos numa sociedade individualista, em contato com muita gente, mas com poucos deles temos laços significativos. Sabemos e temos informações sobre nossa família, que é cada vez menor, e de alguns amigos eleitos. Frequentamos muitas pessoas, mas de poucas retemos informações como o nome, filiação e um trecho de sua vida. E assim, vamos vivendo no nosso casulo. Já não gastamos muita energia arquivando nomes de pessoas aleatórias, suas qualidades, seus defeitos, sua história. Num passado não tão distante isso era o avesso. As sociedades tradicionais tinham a vida social em grande conta e as informações sobre os indivíduos que delas faziam parte eram cruciais. A rede social, em sua maioria, nos aponta o esgotamento, a pobreza e a insuficiência das formas de estarmos (ou não estarmos) uns com os outros. Isso é um reflexo do individualismo no qual vivemos. A rapidez dos diálogos e fragilidade da imagem mutante que expomos uns aos outros, deixando-nos influenciar pelos pares e figuras de referência, refletindo indivíduos em processo de transformação, permeável aos desafios sociais, demonstra isso. Então, menos paixão, mais sintonia. Menos exposição, mais conteúdo. E use as redes sociais com moderação.

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