quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Grande Perdedor

Finalmente o segundo turno destas eleições está chegando ao fim. E, independente de quem ganhar o pleito, já temos alguns perdedores nesta eleição.
Na minha opinião um dos perdedores é o Estado Laico, com ambos os presidenciáveis tentando se aproximar de grupos religiosos nada ortodoxos demonstrando a total falta de imparcialidade nas questões religiosas e, levando a discussão política ao cúmulo de afirmações do tipo “ eu acredito em Deus” ou “sou temente a Deus”, e isso de ambos os candidatos. Mesmo Marina Silva, que pertence a uma igreja cristã evangélica, soube separar sua religiosidade durante campanha, pelo visto os dois candidatos têm muitas coisas para aprender com a “Verde”.
As liberdades pessoais foram outra que tiveram um forte baque nessas eleições, com declarações de presidenciáveis se posicionado contra o aborto e a o casamento homo afetivo. Em primeiro lugar devemos deixar claro que quem decide sobre a descriminalização do aborto e as uniões homoafetivas é o Congresso e não o (a) presidente. Mas é um retrocesso que pessoas que estão concorrendo ao máximo do executivo nacional, se posicionem veementemente contra dois assuntos polêmicos e nem se dispõem à discussão dos mesmos. Vamos continuar a deixar que mulheres continuem morrendo por fazer abortos de forma medieval em clinicas clandestinas? Não vamos permitir aos casais gays direitos como previdência, herança e planos de saúde?
Independente do resultado que sair das urnas no dia 31, o maior perdedor vai ser o povo brasileiro, pela inaptidão e a campanha vergonhosa dos candidatos nesse segundo turno.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Domingo

Sorver a fumaça de um cigarro, entre um gole e outro de café, na espera, ou esperança, de te encontrar... Ao te ver esqueço os discursos prontos, as palavras não saem apenas o corpo fala. Em êxtase meu corpo procura o seu.
Procuro o calor do teu abraço, teus lábios, o falar sem nada disser, mas tudo contar, desnudar a alma... A urgência de viver perigosamente esse sentimento... É o meu nascer, desligar-me da placenta que me protegia em um mudo árido e opaco, e partir para esse viver, sem compreender, ir tateando cegamente um labirinto escuro e a única coisa que me dá forças de seguir nesse moinho é a certeza, esperança, de ter você aqui junto, corpo, cheiro.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Despedida

A chuva cai sem dar trégua, chego da rua ensopado, sedento por um café... Ou por um momento ao teu lado. Ao escrever essas breves palavras vou me despindo de você... No rádio escuto Maria Rita.. o café desce quente por minha garganta, mostrando-me que ainda estou vivo e sozinho. Meu pequeno apartamento parece um castelo medieval, frio, assustador... Não atendo o telefone, ninguém vai estragar nossa despedida... Você é o meu tormento, minha doce cruz que machuca meu coração, tento entender onde erramos, não há respostas, apenas perguntas... você me disse, em um dia na CCMQ, que o mundo é feito de perguntas e não de respostas... Mas, hoje as perguntas são insuportáveis, necessito de algumas respostas..
Mais um café, Alguns papeis pra ler, e-mails pra responder, telefonemas, pessoas que me esperam... A rua me chama, tenho que ir adeus.. És uma lembrança agora que, com tempo vai ficar cinza, escura, esquecida em um arquivo empoeirado da minha mente... Até voltar em um encontro ao acaso em um café ou teatro..
Guardo as boas lembranças, as músicas, os silêncios, as risadas... Te amo, adeus!