sexta-feira, 31 de maio de 2013

Instantâneas

Essa semana eu recebi a notícia da volta de um grande amigo ao estado. Isso me deixou contente, mas me fez pensar no valor da amizade nos dias de hoje. Numa época de imediatismos e relações superficiais, onde a imagem é mais importante ao invés da essência, cultivar uma amizade verdadeira é como ter oásis em um deserto. Já tive muitas decepções na vida e já decepcionei na mesma proporção, sou humano. Nessas lições, dolorosas ou não, aprendi a ser reservado e por isso em muitos casos sou tratado como arrogante, tudo bem, admito certa empáfia de origem familiar. Mas o importante destas vivências é que guardo poucos e bons amigos e isso me basta. E amizade é feita de silêncios, não precisa ser declarada aos quatro cantos. Ela existe, e isso supera o resto, sem maiores explicações. Voltando ao meu amigo, diga-se de passagem, um dos meus melhores. Ele retorna ao estado em um ato de coragem. Coragem em ir atrás de seus sonhos e abdicar de uma carreira que não era sua vocação. Em meio a crise, ou tempestade, a internet foi nosso vínculo de apoio. Admiro o desprendimento dele, em ousar ter essa liberdade. Sartre (ou Camus) já falava nos botecos de Paris: A liberdade é um peso e exige responsabilidade. Assim que meu amigo chegar, quero abraçá-lo e apenas dizer: Sê bem-vindo e feliz, o resto é besteira. Amizade é isso, desapego, doação e apoio. Já diria o poeta: “Amizade é um amor que amadureceu.” *Publicado no Jornal O Taquaryense.

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